O 2º exemplo foi no Bambu na final do estadual da Série A no ano seguinte em Aracruz, o 1x1 dava o título ao Aracruz, sua torcida já comemorava um bicampeonato quando Anderson Sorriso aos 43 acerta um petardo no ângulo do adversário calando mais um suposto campeão. Aqui na prática dois exemplos de como o jogo só termina quando acaba. Mas e quando o ditado não acontece de fato? pois bem a Desportiva já viveu este tipo de cenário algumas vezes desde 1963, aqui resgato 06 momentos envolvendo partidas que não chegaram ao fim.
Momento de quando a bola ainda rolava |
O caso mais famoso aconteceu em 1977, naquele Brasileiro da 1ª divisão a Desportiva vinha brigando páreo a páreo com Vitória/BA pela vaga para a 3ª Fase. Após um começo de competição ruim onde perdeu 4 e venceu apenas 1, a Tiva havia entrado nos trilhos de vez, nas 8 partidas seguintes conquistou 05 vitórias, 4x1 Sergipe fora, 1x0 no Vitória na Bahia, 2x1 no Bahia, 3x1 no Vitória/BA e 2x1 Vitória/ES no Araripe, empate com Sergipe fora de casa, resultados que deixavam a equipe necessitando apenas de suas próprias forças para avançar.
Escalações |
Fomos para a partida final em 18 de dezembro precisando vencer por 2 gols ou mais de diferença assim estaríamos classificados para a 3ª fase eliminando o Vitória/BA. O adversário seria o Fluminense de Feira de Santana/BA dentro do Araripe. Mas coisas estranhas aconteciam antes da partida se iniciar, a polêmica já teve início antes mesmo da delegação baiana aportar no gramado do Araripe, eles gritavam para os quatro cantos que o Engenheiro Araripe não oferecia segurança para seus jogadores nem arbitragem, para piorar a partida teve atraso devido a espera de reforço policial, já que apenas 3 PMs se encontravam no local, por parte dos capixabas foi falado que não se esperou nem 30 pela chegada de reforço, por parte dos baianos foi falado que demorou 45 minutos, tempo que faria a partida ser cancelada segundo regulamento da competição. Mas é sabido que o Araripe com apenas 11 anos de inauguração era um dos mais modernos e seguros do país. Quando a partida começou em poucos minutos algo sem precedentes acontece, um cai cai que enfurecia a torcida grená nas arquibancadas, eram apenas 10 minutos de partida quando Walter zagueiro do Flu de Feira fez cera para bater um tiro de meta e acabou sendo advertido pelo árbitro Mario Rui de Souza, ele então chutou a bola para longe levou amarelo, não satisfeito esbravejou e Mario sacou o cartão vermelho, foi o estopim da granada que desencadeou uma enorme confusão, Fred, Beijoca e Caíco também foram expulsos, a Desportiva ficava com 11 jogadores em campo contra apenas 7 do Fluminense, número mínimo para seguir uma partida, o jogo recomeça e uma goleada história parece começar a se desenhar, só parece. No ataque seguinte da Desportiva o jogo logo é paralisado novamente, João Augusto lateral cai junto com Marcelino goleiro, ambos acusando lesão, Geraldo que era capixaba e Brasília entram em seus lugares, porém aos 19 minutos Eliberto também é expulso após peitar o árbitro, sendo assim a partida era paralisada por falta de número mínimo de atletas do adversário que agora tem apenas 6 em campo. Geraldo vai até o vestiário da Desportiva e solta a bomba, todo o time do Fluminense estava vendido. Quem comemorava este final de jogo precoce, era outro baiano, o Vitória era beneficiado direto, pois era quem avançava a próxima fase caso a Desportiva não tivesse vitória por 2 gols ou mais de diferença. Na Revista Placar(imagens a baixo) o caso ganhou bastante destaque, a diretoria grená se mexeu e foi em busca de brigar por uma vaga jogando e vencendo na bola sem covardia, José Hildo ligou para Valed Perry no Rio de Janeiro que aceitou defender a equipe grená, Cristiano Collins então presidente grená foi a CBD(Confederação Brasileira de Desportos)e a CBD apurou muitos indícios de falcatrua por parte das duas equipes baianas e da federação local, inclusive com tentativa de suborno antes da partida para o trio de arbitragem, no fim a justiça decidiu que haveria uma partida única em campo neutro sem vantagem de ninguém, mas o Vitória que já havia sido derrotado pela Tiva duas vezes no campeonato tremeu e não compareceu a partida dando a vaga para a Desportiva Ferroviária, time baiano alegou que como a partida foi homologada 1x0 para a Desportiva como mandava o regulamento a vaga seria deles, e aceitar o jogo seria contra a Desportiva seria assumir a culpa no suborno.
Ficha da partida paralisada aos 20 minutos
Data : 12 de setembro de 1973
Juiz: Francisco Pordeus Furtado (CE).
Aux.: Jose Roberto Wright e Bartolomeu Lordelo.
Desportiva: George; Marcos, Juci, Elci
e Nelson Souza; Wilson Pereira, Sergio e Laone; Lucinho, Zezinho e Rio.
Nautico: Helinho; Borges, Djalma Sales, Sidclei e Cincunegui; Vasconcelos e Joao Paulo; Dedeu, Jorge Mendonca, Edvaldo e Betinho
Ficha da partida reiniciada
Data : 25 de novembro de 1973
Público: 6.943.
Renda: Cr$ 65.250,00
Juiz : Anivaldo Seixas Magalhães.
Desportiva: Jorge Reis, Válter, Elci, Juci, Nélson Souza, Wilson Pereira, Baiano, Evandro (Pinduca), Fio (Rogério), Zezinho e Vicente.
Náutico: Luís Fernando, Borges, Djalma Sales, Sidclei (Miro), Franklin, Divino, Adílson, Vasconcelos (Jorge Mendonça), Betinho, Paraguaio e Elói. Técnico: Marão.
Gol : Zezinho Bugre(Des) aos 10 do 2º tempo
Novamente no Eng Araripe outra partida sem final. A Desportiva enfrentava o Guarapari pelo returno do Torneio Jones dos Santos Neves, Já pelo segundo turno novo encontro contra o Guarapari em 27 de fevereiro, a torcida esperava uma goleada afinal o próximo adversário em questão era o saco de pancadas do torneio, havia perdido 3 dos seus 4 jogos, não tinha marcado um único gol e sofrido 6, a estreia havia sido derrotado por 3x0 justamente pela Desportiva dentro do Davino Matos sua casa, era tido como um jogo ganho já por grande maioria de quem acompanhava a competição, mas o que ninguém esperava era a partida ter apenas 30 minutos. Logo aos 12 minutos Wilson abriu o placar pra Tiva, era sintoma de goleada, mas aos 30 minutos o minuto chave do embate, Wilsinho e Nélio do Guarapari foram expulsos. "O jogo foi encerrado aos 30 minutos do 1º tempo, pois após a expulsão dos dois jogadores do Guarapari, os outros simularam contusão". Como explica a Revista Placar daquele ano, e foi assim que o Guarapari conseguiu se livrar de mais uma goleada contra a Tiva, de uma forma vergonhosa pior que se tivesse sofrido uma nova goleada.
Outra partida que não acabou no fim aconteceu em 1984, Campeonato Capixaba no Estádio Engenheiro Araripe, para variar, em 09 de dezembro Desportiva e Vitória decidiam a segunda fase do estadual, era uma partida extremamente importante que poderia ter a Desportiva como campeã capixaba antecipada, após empate em 0x0 na partida de ida, a volta transcorria em baixo de um temporal, tanta chuva que a drenagem do Araripe não dava conta(como mostra a foto a baixo), o ponteiro chegava perto dos 25 do 2º tempo quando Samuel Batista fez 1x0 Vitória, estranhamente apenas 05 minutos depois o árbitro encerrou a partida, estranho pois pelo regulamento as partidas encerradas antes dos 30 minutos do 2º tempo, deveriam ser reiniciados em 0x0, ou seja após o gol a arbitragem esperou exatos 05 minutos para encerrar a partida, a polêmica só amentou no dia seguinte quando os jornais afirmavam que a partida havia sido encerrada aos 29 quando ainda restavam 08 segundos para os 30, a discórdia aumentou quando no dia 11 a súmula da arbitragem de Jorge Corrêa Filho muda e confirma que a partida foi encerrada aos 30 minutos e 10 segundos e não aos 29 minutos e 52 segundos, acabou mesmo sendo confirmado o placar de 1x0 Vitória, a Tiva após esta partida de possível campeã por antecipada entrou em uma enorme crise, ficando 10 jogos sem vencer, passou a 3ª fase toda sem vencer, Laone foi demitido e um velho conhecido assumiu, Beto Pretti, depois as coisas se acertaram e como a Desportiva já estava garantida no quadrangular final estas 10 partidas acabaram não fazendo diferença na última fase da competição, e no fim a Tiva riu por último e conquistou o título estadual de 1984.
No ano seguinte jogando em Bom Jesus do Norte no Estádio Carlos Firmo o placar apontava empate em 1x1 entre Desportiva e Ordem e Progresso quando a partida foi paralisada por falta de energia elétrica na cidade, por fim a federação acabou homoloando empate em 1x1 como resultado final.
Em 2010 em sua última competição como Desportiva Capixaba, a Tiva encarava o Espírito Santo precisando dos 3 pontos para escapar do rebaixamento, mas as coisas não ocorriam nada bem para o time grená que não conseguia furar a defesa adversária, para piorar sofreu um gol ilegal aos 40 do 2º tempo pois no início da jogada nosso jogador sofreu uma carga e perdeu a disputa de bola após ser deslocado por um empurrão. Mas grená sempre vive na emoção, e aos 45 quando Ricardinho fez pênalti em Rafael a Desportiva ganhava uma sobrevida pois o adversário seria julgado por uma escalação irregular e fatalmente perderia pontos em caso de condenação, sabendo disso seus jogadores conturbaram o máximo de tempo possível, catimbaram e tentaram fazer com que Fabio Augusto não tivesse sucesso na cobrança, mas ele jogador com experiência internacional não caiu nas provocações e bateu firme marcando o gol do empate, enquanto os jogadores da Desportiva corriam para a torcida os do Espírito Santo corriam para cima do árbitro Hudson Braga para agredi-lo, afinal eles davam como certa a condenação na escalação irregular e ali culpavam ele pelo possível rebaixamento, a confusão foi tanta que Hudson encerrou a partida após a perseguição que sofreu depois da cobrança de penal. Dias depois o Espírito Santo foi absolvido da escalação irregular e a Desportiva acabou mesmo rebaixada, lado bom é que com isso a Desportiva Ferroviária retornou enfim em 2011 assumindo o comando do futebol profissional novamente após pouco mais de 11 anos nas mãos da Capixaba S/A.
Bônus
Em 2016 novamente o Araripe é palco de uma partida que não termina, era jogo treino entre o atual campeão e vice campeão capixaba, Desportiva e Espírito Santo se encaravam em um sábado de manhã em jogo treino como forma de preparação para a Série D 2016, os ânimos vinha acirrados principalmente pela final do estadual daquele ano com a Desportiva levantando a taça, por volta dos 30 minutos da 2ª etapa, Edmar Chazinho do Espírito Santo recebe uma entrada violenta de Paulo Vitor da Desportiva, isso gerou uma confusão que piorou quando Sidney da Desportiva e Emilio do Espírito Santo se empurraram de forma mais ríspida, isso fez com que comissão técnica e jogadores de ambos os times sem juntassem dentro do gramado, em uma confusão generalizada, a maioria para apaziguar a situação a situação acabar com a confusão é claro. Fabiano Rossato então treinador grená resolveu pedir o fim do jogo treino a fim de evitar o pior pois as equipes estavam próximas de estrear na Série D. A Desportiva Ferroviária foi a campo com: Felipe (Tião), Fabinho Capixaba (Ivan), Willyan (David), Erwin (Dilsinho), Anderson Tasca (Sidney), Thiago, Moreira, Jefinho (Acerola) e Wandinho (Vinícius Casão), Madison (David Dener) e Rael (Paulo Vitor).
Outra partida que não acabou no fim aconteceu em 1984, Campeonato Capixaba no Estádio Engenheiro Araripe, para variar, em 09 de dezembro Desportiva e Vitória decidiam a segunda fase do estadual, era uma partida extremamente importante que poderia ter a Desportiva como campeã capixaba antecipada, após empate em 0x0 na partida de ida, a volta transcorria em baixo de um temporal, tanta chuva que a drenagem do Araripe não dava conta(como mostra a foto a baixo), o ponteiro chegava perto dos 25 do 2º tempo quando Samuel Batista fez 1x0 Vitória, estranhamente apenas 05 minutos depois o árbitro encerrou a partida, estranho pois pelo regulamento as partidas encerradas antes dos 30 minutos do 2º tempo, deveriam ser reiniciados em 0x0, ou seja após o gol a arbitragem esperou exatos 05 minutos para encerrar a partida, a polêmica só amentou no dia seguinte quando os jornais afirmavam que a partida havia sido encerrada aos 29 quando ainda restavam 08 segundos para os 30, a discórdia aumentou quando no dia 11 a súmula da arbitragem de Jorge Corrêa Filho muda e confirma que a partida foi encerrada aos 30 minutos e 10 segundos e não aos 29 minutos e 52 segundos, acabou mesmo sendo confirmado o placar de 1x0 Vitória, a Tiva após esta partida de possível campeã por antecipada entrou em uma enorme crise, ficando 10 jogos sem vencer, passou a 3ª fase toda sem vencer, Laone foi demitido e um velho conhecido assumiu, Beto Pretti, depois as coisas se acertaram e como a Desportiva já estava garantida no quadrangular final estas 10 partidas acabaram não fazendo diferença na última fase da competição, e no fim a Tiva riu por último e conquistou o título estadual de 1984.
No ano seguinte jogando em Bom Jesus do Norte no Estádio Carlos Firmo o placar apontava empate em 1x1 entre Desportiva e Ordem e Progresso quando a partida foi paralisada por falta de energia elétrica na cidade, por fim a federação acabou homoloando empate em 1x1 como resultado final.
Em 2010 em sua última competição como Desportiva Capixaba, a Tiva encarava o Espírito Santo precisando dos 3 pontos para escapar do rebaixamento, mas as coisas não ocorriam nada bem para o time grená que não conseguia furar a defesa adversária, para piorar sofreu um gol ilegal aos 40 do 2º tempo pois no início da jogada nosso jogador sofreu uma carga e perdeu a disputa de bola após ser deslocado por um empurrão. Mas grená sempre vive na emoção, e aos 45 quando Ricardinho fez pênalti em Rafael a Desportiva ganhava uma sobrevida pois o adversário seria julgado por uma escalação irregular e fatalmente perderia pontos em caso de condenação, sabendo disso seus jogadores conturbaram o máximo de tempo possível, catimbaram e tentaram fazer com que Fabio Augusto não tivesse sucesso na cobrança, mas ele jogador com experiência internacional não caiu nas provocações e bateu firme marcando o gol do empate, enquanto os jogadores da Desportiva corriam para a torcida os do Espírito Santo corriam para cima do árbitro Hudson Braga para agredi-lo, afinal eles davam como certa a condenação na escalação irregular e ali culpavam ele pelo possível rebaixamento, a confusão foi tanta que Hudson encerrou a partida após a perseguição que sofreu depois da cobrança de penal. Dias depois o Espírito Santo foi absolvido da escalação irregular e a Desportiva acabou mesmo rebaixada, lado bom é que com isso a Desportiva Ferroviária retornou enfim em 2011 assumindo o comando do futebol profissional novamente após pouco mais de 11 anos nas mãos da Capixaba S/A.
Escalação |
Confusão no fim da partida |
Bônus
Em 2016 novamente o Araripe é palco de uma partida que não termina, era jogo treino entre o atual campeão e vice campeão capixaba, Desportiva e Espírito Santo se encaravam em um sábado de manhã em jogo treino como forma de preparação para a Série D 2016, os ânimos vinha acirrados principalmente pela final do estadual daquele ano com a Desportiva levantando a taça, por volta dos 30 minutos da 2ª etapa, Edmar Chazinho do Espírito Santo recebe uma entrada violenta de Paulo Vitor da Desportiva, isso gerou uma confusão que piorou quando Sidney da Desportiva e Emilio do Espírito Santo se empurraram de forma mais ríspida, isso fez com que comissão técnica e jogadores de ambos os times sem juntassem dentro do gramado, em uma confusão generalizada, a maioria para apaziguar a situação a situação acabar com a confusão é claro. Fabiano Rossato então treinador grená resolveu pedir o fim do jogo treino a fim de evitar o pior pois as equipes estavam próximas de estrear na Série D. A Desportiva Ferroviária foi a campo com: Felipe (Tião), Fabinho Capixaba (Ivan), Willyan (David), Erwin (Dilsinho), Anderson Tasca (Sidney), Thiago, Moreira, Jefinho (Acerola) e Wandinho (Vinícius Casão), Madison (David Dener) e Rael (Paulo Vitor).
A confusão que encerrou o treino |
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